sábado, 10 de agosto de 2013

Relato RPDC CMB

República Popular Democrática da Coréia – RPDC - 25 milhões por um país soberano e único!

Entre os dias 24 a 30 de julho, em Pyongyang, a Confederação das Mulheres do Brasil integrou a delegação da FDIM que participou das comemorações do 60º aniversário da vitória da RPDC na guerra da Coréia de 1950 a 1953.
De 1910 a 1945 patriotas coreanos, liderados pelo líder Kim Il Sung, lutaram contra a invasão dos colonialistas japoneses e libertaram a Coréia. Após a conquista da liberdade e com a crescente unidade do povo para reconstruir o país, o imperialismo norte-americano incapaz de submeter a península coreana a seus interesses invadiu o país contando com exércitos de mais 12 países. Foi o início da Guerra da Coréia realizada pelos EUA para submeter o país aos interesses políticos, econômicos e belicistas do império norte-americano na região.
A Guerra da Coréia, de 1950 a 1953, resultou em 3 milhões de mortos, 610 mil casas e 7.700 escolas destruídas, 371 mil hectares de terras cultivadas e dizimados com 10 mil bombas bacteriológicas, crimes de guerra realizados diretamente pelas tropas norte-americanas que até hoje continuam impunes.
Em 1953, a resistência patriótica impôs a primeira derrota das tropas norte-americanas e parceiros invasores obrigando a assinatura do armistício e garantiu que ao menos a parte norte da Península continuasse seu caminho pela construção de um país soberano. A parte norte da Península, dirigida por Kim Jong Un e o Partido do Trabalho da Coréia, fundado por seu avô Kim Il Sung e fortalecido por seu pai, Kim Jong Il continua a luta de seus antepassados patriotas para que a Coréia volte a ser um único país.
Patriotas de toda a península coreana lutam pela Coréia Única, pelo fim do paralelo 38 estabelecido pelos norte-americanos com o objetivo de garantir seus interesses ao menos na parte sul e pela assinatura do Tratado que assegure a paz para a região.


Foto: Márcia Campos, Gláucia e a vice-presidente da União de Mulheres da RPDC, Chae Chun Hui, com Ramsey Clark, presidente do IAC/EUA, Instituto norte-americano que atua contra o belicismo do país.

Delegação de Solidariedade da FDIM

 A Delegação de Solidariedade da FDIM à luta pela reunificação do país e contra as ameaças de guerra nuclear empreendidas pelo império norte-americano foi comandada pela Presidente da FDIM, Márcia Campos. Participaram 7 representantes de organizações nacionais filiadas à FDIM. Eram duas representantes da Rússia, 4 vietnamitas e o Brasil com a CMB e sua Presidente, Gláucia Morelli. (foto Gláucia e Márcia na visita ao local de nascimento de Kim Il Sung).



A trajetória da FDIM ao lado do povo coreano é marcada por momentos de forte solidariedade sendo que a primeira visita da entidade ao país ocorreu ainda durante a Guerra da Coréia e a delegação, então comandada por Freda Brown, pode constatar os crimes cometidos pelas tropas norte-americanas invasoras e seus aliados contra a população civil. Na época, a FDIM mobilizou a solidariedade internacional logrando a doação de um hospital.
(foto da delegação FDIM visita local de nascimento do Kim Il Sung)
Nas comemorações deste ano, no dia 25 de julho, Márcia Campos, presidenta da FDIM foi oradora no Ato pela punição dos EUA pelos crimes cometidos na província de Shonsian local onde foram assassinados 35mil civis, a maioria mulheres e crianças.
A Presidente da União de Mulheres Democráticas da Coréia,Ho Song Sil deu as boas vindas à delegação da FDIM e relatou os avanços das mulheres expressando o quanto nossa presença as fortalecia e declarou: ”As ameaças de guerra realizadas pelo país mais armado e agressivo do mundo, os EUA, nunca cessaram e a divisão do nosso país é uma chaga que causa tristeza aos dois lados. A solidariedade de todas vocês impulsiona nossa luta pela reunificação do país. Contamos com as mulheres da FDIM e todas as demais forças progressistas para que essa alegria não demore a chegar”. (Foto da entrega de presentes da CMB à União de Mulheres e ao líder Kim Jong Un)

A destacada participação da mulher na luta da RPDC pelo Desenvolvimento



A RPDC é um país com massiva participação popular e feminina que assume seus líderes Kim Il Sung, Kim Jong Il e Kim Jong Un como sínteses dos esforços da Nação para se libertar do colonialismo japonês, logo após do imperialismo ianque e, nesses mais de 60 anos, após a Guerra da Coréia, para reunificar o país e se libertar dos atrasos promovidos pela exploração estrangeira que sofriam e pelo Bloqueio Econômico que enfrentam.
Para tanto, e acertadamente, decidiram investir em sua industrialização em todas as áreas e no fortalecimento de seu exército preparando-o em armamentos e equipamentos dos mais variados tipos para atender as necessidades de defesa. (Foto: Gláucia entrega edição da autobiografia de Kim Il Sung - O transcurso do Século, vol. I – traduzida para o português por Rosanita Campos, ex-presidente da CMB)
Integram as Forças Armadas desde altos postos de comando, como soldadas e também nas áreas administrativas e de saúde. Assim como a esposa de Kim Il Sung, Kim Jong Suk, respeitada como a Mãe da Nação por sua participação na guerra anti-japonesa, a população feminina cumpre papel destacado em todas as áreas da economia, no Exército e no Partido do Trabalho da Coréia contribuindo para que o país se desenvolva apesar do bloqueio econômico promovido pelos EUA com a conivência da ONU e a vergonhosa adesão subalterna de vários países (foto acima: Gláucia e operária de fábrica de meias).
As mulheres também integram 30% dos postos de direção do Partido do Trabalho da Coréia e participam ativamente da União de Mulheres Democráticas da RPDC atuando desde os bairros nas províncias até a bela capital Pyongyang. A Lei da Igualdade entre Homens e Mulheres promulgada em 30 de julho de 1960 promove o espaço para ampla participação feminina. As mulheres trabalham e cuidam ao lado dos homens desde os Jardins do Palácio do Sol onde estão seus Líderes falecidos, Kim Il Sung e
(foto Márcia Campos – FDIM no Centro de Artes)

Kim Jong Il, até o comando de aviões, navios, tanques de guerra, satélites, fábricas, escolas, nas artes na área médica, tecnológica e científica, na agricultura.
A erradicação da FOME na Coréia do Norte é desafio que foi agravado com as enchentes da década de 90. O crescimento da agricultura em um país muito montanhoso com apenas 20% de solo cultivável e inverno rigoroso a menos de 30 graus tem sido possível com avanços em tecnologia, criatividade, respeito á natureza e tradições. A alimentação saudável da cultura coreana baseada em legumes, carnes, arroz, massas à base de arroz e frutas garante ao povo e especialmente às mulheres além de saúde uma silhueta elegante e livre das doenças da obesidade como a hipertensão e as doenças cardíacas. Evidentemente essas doenças ocorrem, mas não como uma verdadeira epidemia e fruto da importação de hábitos ocidentais prejudiciais inclusive em seus países de origem. A fruta típica é a maçã e atualmente o desafio é aumentar ainda mais a diversidade de opções com o plantio de espécies de frutas tropicais.

Transporte Coletivo de qualidade e com preço justo!

O transporte em ônibus elétricos de dois andares ou de apenas um andar, de trem e de metrô que continua sendo ampliado e é o mais profundo do mundo é garantido essencialmente pelo Estado. O povo paga apenas 20 centavos de dólar e aumentos não ocorrem. O transporte coletivo é o meio de transporte principal. Poucos carros ocupam as largas, limpas e arborizadas avenidas e ruas libertando a população da capital de mais de 3.5 milhões de habitantes da poluição e trânsito infernal. A aviação vem sendo ampliada e modernizada para dentro e fora do país que já fabrica 7 tipos de aviões para esse fim. Com o aumento do turismo, das relações culturais e políticas bem como com os esforços quanto ao enfrentamento do Bloqueio Econômico, as obras de modernização e ampliação do Aeroporto de Pyongyang são a primeira demonstração da determinação do governo coreano em receber muito bem todos os visitantes.

Educação obrigatória por 12 anos e gratuita com 99% da população alfabetizada


Visitamos o Palácio dos Estudos para Adultos fundado em 1982 (foto, uma das 20 salas de 250 lugares para estudos).
A estrutura de 100 mil m² recebe em média 5.000 pessoas diariamente e possui 30 milhões de livros principalmente de ciências e tecnologia. São realizadas conferências, oficinas de debates, cursos de mais de 100 línguas estrangeiras gratuitamente com o monitoramento de mais de 100 professores das universidades que também se dedicam ao

Palácio utilizado por toda a população mediante documento de identificação. Com informatização no atendimento e para a realização dos estudos o local só fecha 2 dias por mês e centraliza as bibliotecas menores existentes em cada bairro de todos os distritos da capital sendo também interligado com as bibliotecas das províncias e distritos de todo o país. A população é sempre incentivada a aumentar o índice de leitura com metas a alcançar. Recentemente a meta era de ao menos 250 páginas ao mês sendo que Kim Jong Il estimulava os secundaristas a ler ao menos 20 páginas ao dia.

A proteção e o investimento nas crianças

Também visitamos um dos Palácios das Crianças (foto sala de bordado com fios de seda, atividade no palácio das crianças) que possui estrutura semelhante ao Palácio dos Estudos. Além dos Jardins de Infância que recebem crianças a partir dos dois anos e meio, das Escolas a partir de 6 anos e das Escolas secundárias, Pyongyang possui dois Palácios das Crianças com atividades desde a natação até balé, canto, artes plásticas, instrumentos musicais, etc. O ensino na RPDC era obrigatório por 10 anos e, recentemente, Kim Jong Un, atual Líder do país aumentou a obrigatoriedade por mais dois anos. Os uniformes de até três filhos são grátis. A partir de mais de três filhos são pagos pelas famílias e o preço é simbólico. O Jardim de Infância 08 de Março, em homenagem a Kim Jong Suk, esposa de Kim Il Sung, é um dos jardins de infância da capital. Recebe 460 crianças a partir de dois anos e meio, em 4 edifícios de 4 andares. Um andar é para as oficinas com os professores; 2 andares para as crianças e um andar para a alimentação. (fotos no Jardim de Infância 08 de março)
Nesses jardins de infância maiores as crianças podem também ficar de uma semana até a um mês dependendo das necessidades dos trabalhos dos pais. Cada bairro de cada distrito de Pyongyang possui uma estrutura de ao menos 7.600 m² para esse atendimento. As professoras (es) são valorizadas e todas possuem cursos pedagógicos universitários sendo consideradas a raiz da Árvore Forte.

Com atenção a detalhes as crianças são cuidadas para serem independentes. Escovas de dente, toalhas, berços, chinelos, pratos, armários são identificados com bichos e cada criança localiza e usa o que é seu através de seu bichinho. Lâmpadas de ultravioleta dentro dos armários são utilizadas para combater bactérias e zelar pela saúde dos pequenos. Assistimos apresentações das crianças desde musicais até mini-teatros sobre saúde e hábitos saudáveis. A espontaneidade e alegria são contagiantes. (fotos no Jardim de Infância 08 de março)

Restaurantes e lavanderias públicas libertando a mulher do serviço doméstico

As mães não sofrem com fechamento de escolas e creches ou falta de vagas para ter acesso a um direito básico como a educação e saúde de seus filhos. A Universidade não é obrigatória, mas é estimulada e gratuita em todos os níveis inclusive o doutorado.
As mães que possuem a partir de três filhos na escola trabalham seis horas por dia, duas horas a menos e recebem o mesmo salário que os homens. A família conta com lavanderias e restaurantes públicos o que proporciona as condições para que todos os membros avancem em estudos e participem das atividades políticas e culturais. As mulheres tem direito a 5 meses de licença-maternidade (dois meses antes do parto e três após o parto) e os homens a 15 dias de licença paternidade.
Com a economia atingindo 8.5 em crescimento o índice de natalidade vem crescendo novamente e atingindo de 2 a três filhos por família. Na RPDC existe um médico para cada cinco famílias. A expectativa de vida era de quase 70 anos até 1992. Atualmente é de mais de 80 anos.

Saúde da Mulher

O dia 16 de novembro foi instituído o Dia das Mães por Kim Jong Un recentemente e em 2012 foi inaugurado o primeiro Hospital para Tratamento de Tumores de Mama. Até 2012, a RPDC só possuía um Departamento Especializado para essa necessidade. São 8.500 m² com 4 pisos. O Hospital já realizou 400 cirurgias, atende em média 150 mulheres por dia, da capital e dos distritos e o preventivo é realizado
(foto: visita ao Hospital dos Tumores) principalmente nos distritos com exames preventivos a partir de 35 anos. O câncer de útero é tratado no Hospital ao lado fundado em 1960 que possui 1920 leitos, 70 mil m² e atende 200 mil mulheres por ano tratando também problemas de hipertensão, coração e outras necessidades. O hospital é também Maternidade com uma média de nascimentos de 50 crianças e de 3 óbitos maternos/ano desde a fundação. A cada 100 partos apenas 12 são cesarianas.

Comemorações são organizadas por milhares de pessoas

Toda essa trajetória de lutas e conquistas é celebrada em atividade culturais que mobilizam milhares de participantes como o Balé Arirang apresentado em um Estádio para 150 mil das quais ao menos 30 mil são jovens estudantes secundários que realizam coreografias desde as arquibancadas. Sendo assim, o Balé é apresentado por pessoas que treinam durante o ano todo. É um Balé ópera que relata a saga do povo e seu Líder Kim Il Sung desde o início do século passado para libertar o país na guerra anti-japonesa, depois a Guerra da Coréia, de 1950 a 1953, a construção do socialismo no norte da Península e a constante luta pela reunificação.
O desfile das Forças Armadas conta com a participação popular e a celebração é marcada pela confiança de todos de que a defesa do país é essencial para garantia dos avanços obtidos até agora. A decisão de milhares de homens e mulheres que desfilaram durante duas horas é defender toda essa trajetória de conquistas obtidas com muita luta das últimas gerações até hoje.

Embaixada do Brasil na RPDC recebe Delegação da FDIM


O Embaixador Roberto Colins, sua esposa Svetlana e o os senhores Antonio e Thiago do corpo diplomático receberam a delegação da FDIM para jantar do qual também participou a Vice-presidenta da União de Mulheres Democráticas da Coréia, Sra. Chae que ouviu de nosso representante palavras de profunda amizade e respeito do nosso país pela RPDC. Nas palavras do embaixador Roberto Colins... “viver na RPDC é sentir-se em família e lembrar dos tempos de sua própria infância em Santa Catarina onde podia brincar e correr nas ruas se sentindo em total segurança. Vocês são um povo empenhado e trabalhador e merecem todo o respeito do nosso Brasil e do mundo”.
O Embaixador solicitou que a CMB estimule a troca de cartas entre escolas dos dois países; solicitou também a doação de livros e discos para o Palácio de Estudos para o maior intercâmbio cultural e convidou a delegação a voltar ao país em setembro para participar dos Shows que a Embaixada do Brasil/Governo brasileiro promoverá na capital com a cantora lírica brasileira Marília Vargas.
Ao final do jantar a CMB presenteou a Embaixada com uma bandeira do Brasil (fotos, Embaixador do Brasil na RPDC Roberto Colin, sua esposa Svetlana, Thiago Medeiros, diplomata brasileiro e delegação da FDIM e a doação da bandeira do Brasil tecida pelas mulheres à Embaixada realizada pela CMB).
A FDIM também participou da visita ao Circo da RPDC, ao Museu Sinchon, da homenagem aos mortos no Cemitério dos Combatentes Revolucionários do Monte Taesong, ao Monumento da Idea Juche, ao Museu dos Presentes, á Casa da Maternidade de PyongYang, ao Conservatório Musical Kim Won Gyun, ao Museo de Armas y equipamentos, ao Parque da capital.
A delegação da FDIM também homenageou com flores a heroína da guerra anti-japonesa, Kim Jong Suk, esposa de Kim Il Sung.
A CMB agradece a todos (as) parceiros e parceiras que colaboraram financeiramente para o custeio da viagem de sua presidente, Gláucia Morelli. Em especial o Sindicato dos Telefônicos de São Paulo e à Nova Central Sindical/SP e nacional e à empresa aérea Air China que colaborou com o hotel na cidade de Beijin - China durante uma das conexões. Agradecemos também a hospedagem e alimentação viabilizada pela RPDC, através da União de Mulheres da Coréia e a acolhida e apoio das companheiras, em especial da vice-presidente da União, Sra, Chae Chun Hui e da querida tradutora Kan.
São Paulo, 10 de agosto de 2013