terça-feira, 14 de maio de 2013

Comemoração do 13 de Maio na Assembleia Legislativa de São Paulo


“A luta do Prof. Eduardo de Oliveira é exemplo para todos brasileiros”


Representantes de entidades e parlamentares estiveram presentes na homenagem ao poeta, falecido aos 86 anos, em julho do ano passado.

O Congresso Nacional Afro-Brasileiro (CNAB) e o SOS Racismo realizaram na última segunda ato em homenagem ao Professor Eduardo de Oliveira em celebração ao Dia 13 de Maio, 125 anos da abolição da escravatura no Brasil. Eduardo de Oliveira faleceu no dia 12 de julho do ano passado, aos seus 86 anos e deixou um grande legado a todo povo brasileiro.

Eduardo de Oliveira foi o primeiro vereador negro de São Paulo, fundador do Congresso Nacional Afro Brasileiro (CNAB) e do Partido Pátria Livre que foi vice-presidente. Compôs o Hino a Negritude aos seus 16 anos. A homenagem aconteceu na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, no auditório Paulo Kobayashi a pedido do deputado estadual Adriano Diogo (PT).

O presidente do CNAB, Ubiraci Dantas de Oliveira (Bira) após apresentação do Hino a Negritude, ressaltou a importância do 13 de maio na luta do povo negro e brasileiro. “A gente deve se orgulhar do 13 de maio, porque o 13 de maio de 1888 foi o desaguadouro de uma revolta popular. O povo tomou conta das ruas e dali não saia se não tivesse a libertação dos escravos”, afirmou Bira.

“A luta de emancipação do povo negro e de todo povo brasileiro era a luta do Professor Eduardo, que se ainda estivesse entre nós não deixaria de estar presente nas lutas contra a entrega do petróleo brasileiro às multinacionais”, disse Bira que afirmou também que o leilão de 289 blocos de petróleo organizados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo) é uma jogada para prejudicar a Petrobrás e o povo Brasileiro. “Querem entregar as reservas de petróleo brasileiro pro capital financeiro internacional é entregar a vida de uma nação, é prejudicar uma nação inteira”, disse.

Para Oswaldo Lourenço, presidente do Sindicato dos Aposentados E Pensionistas do Brasil (Sindapb) “o que o Professor tinha é o que falta em muitas pessoas de todas as cores. Ele tinha e vivia com dignidade, abraçava todas as lutas em favor dos trabalhadores em favor da independência do nosso país. A luta do Prof. Eduardo não foi uma luta em vão, foi um exemplo para os brasileiros que queriam dar um passo pra tirar esse país da situação de miséria, de exploração, principalmente dos países de tradição colonialista e imperialista”, afirmou Oswaldo.

A secretária adjunta da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura de São Paulo e primeira ministra do Ministério de Políticas Publicas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, esteve presente e afirmou, “O Prof. Eduardo foi um incansável debatedor e questionador de como se estava construindo a política de igualdade racial dentro do nosso país. As contribuições que o Prof. trazia sempre foram de fazer avançar a luta da igualdade no Brasil”, e ainda destacou “o 13 de maio é o dia de comemoração que deve ser feita no sentido de valorizar a luta pela liberdade. Portanto um dia de reflexão”.

Rodrigo Lucas, presidente da União Municipal de Estudantes Secundaristas (UMES-SP) relembrou a conquista da Lei de Cotas e denunciou as medidas adotadas pelo governo tucano no Estado de São Paulo.
“O governo do Estado de São Paulo tenta impedir os estudantes das escolas publicas, da juventude negra, da periferia, afro-descendente de entrarem nas universidades publicas do estado através do programa chamado PIMESP”, destacou. “O governo do estado esta querendo criar uma senzala na universidade impedindo que os estudantes se formem pra ajudar o país a se desenvolver, ser soberano como era a luta do Professor Eduardo. E assim como ele fazia, com toda jovialidade característica dele, com toda sua garra, determinação, perseverança os estudantes de São Paulo vão dar continuidade a esse legado, vão levar a frente a luta do Prof. para que todo o povo tenha acesso a universidade”.

“Eu não consigo diferenciar racismo de ignorância. A pessoa que tem o mínimo de cultura ela vai entender que nós seres humanos somos iguais. Eu já cheguei ao cumulo de dizer que meu sangue era negro. Mas não. Meu sangue é vermelho como e de cada um. Não existe diferença. A nossa causa não é pra ser diferente é pra ser igual. Essa é a luta”, afirmou o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, José Silva dos Santos.

A presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), Carmem Dora Freitas Ferreira, relembrou o Professor Eduardo e afirmou, “a sua resistência a sua alegria a sua disposição na luta é o que mais nos impulsiona”.

“Em todas as lutas o professor estava lá em primeiro lugar. Sempre incentivou as mulheres a lutar. O professor é uma grande pessoa e tem que ser homenageado e lembrado com muito carinho”, afirmou Eliane Souza diretora da Confederação das Mulheres do Brasil (CMB).

O deputado federal Vicente Cândido estava com a presença confirmada, porém com um imprevisto em Brasília não pode vir e enviou os cumprimentos e parabenizou a iniciativa do CNAB. Também estiveram presentes Paulo Sabóia Presidente Estadual da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Manuel Clemente Presidente do Sindicato dos Músicos de Araraquara, Alfredo Oliveira membro da Executiva Nacional da CGTB, Lídia Correa, ex-vereadora que oficializou o Hino à Negritude na capital paulista, Sinir Bento da Federação de Mulheres Paulistas, União Nacional dos Servidores Públicos, União de Moradores e do Comércio de Paraisópolis, ONG Elas Por Elas Vozes e Ações das Mulheres, Instituto Social Sem Barreiras, Grupo Zama, Projeto Jovem Cidadão.

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