“A luta do Prof. Eduardo de Oliveira é exemplo para todos brasileiros”
Representantes de entidades e parlamentares estiveram presentes na
homenagem ao poeta, falecido aos 86 anos, em julho do ano passado.
O Congresso Nacional Afro-Brasileiro (CNAB) e o SOS Racismo realizaram
na última segunda ato em homenagem ao Professor Eduardo de Oliveira em
celebração ao Dia 13 de Maio, 125 anos da abolição da escravatura no
Brasil. Eduardo de Oliveira faleceu no dia 12 de julho do ano passado,
aos seus 86 anos e deixou um grande legado a todo povo brasileiro.
Eduardo de Oliveira foi o primeiro vereador negro de São Paulo,
fundador do Congresso Nacional Afro Brasileiro (CNAB) e do Partido
Pátria Livre que foi vice-presidente. Compôs o Hino a Negritude aos seus
16 anos. A homenagem aconteceu na Assembléia Legislativa do Estado de
São Paulo, no auditório Paulo Kobayashi a pedido do deputado estadual
Adriano Diogo (PT).
O presidente do CNAB, Ubiraci Dantas de
Oliveira (Bira) após apresentação do Hino a Negritude, ressaltou a
importância do 13 de maio na luta do povo negro e brasileiro. “A gente
deve se orgulhar do 13 de maio, porque o 13 de maio de 1888 foi o
desaguadouro de uma revolta popular. O povo tomou conta das ruas e dali
não saia se não tivesse a libertação dos escravos”, afirmou Bira.
“A luta de emancipação do povo negro e de todo povo brasileiro era a
luta do Professor Eduardo, que se ainda estivesse entre nós não deixaria
de estar presente nas lutas contra a entrega do petróleo brasileiro às
multinacionais”, disse Bira que afirmou também que o leilão de 289
blocos de petróleo organizados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo) é
uma jogada para prejudicar a Petrobrás e o povo Brasileiro. “Querem
entregar as reservas de petróleo brasileiro pro capital financeiro
internacional é entregar a vida de uma nação, é prejudicar uma nação
inteira”, disse.
Para Oswaldo Lourenço, presidente do Sindicato
dos Aposentados E Pensionistas do Brasil (Sindapb) “o que o Professor
tinha é o que falta em muitas pessoas de todas as cores. Ele tinha e
vivia com dignidade, abraçava todas as lutas em favor dos trabalhadores
em favor da independência do nosso país. A luta do Prof. Eduardo não foi
uma luta em vão, foi um exemplo para os brasileiros que queriam dar um
passo pra tirar esse país da situação de miséria, de exploração,
principalmente dos países de tradição colonialista e imperialista”,
afirmou Oswaldo.
A secretária adjunta da Secretaria de Promoção
da Igualdade Racial da Prefeitura de São Paulo e primeira ministra do
Ministério de Políticas Publicas de Promoção da Igualdade Racial,
Matilde Ribeiro, esteve presente e afirmou, “O Prof. Eduardo foi um
incansável debatedor e questionador de como se estava construindo a
política de igualdade racial dentro do nosso país. As contribuições que o
Prof. trazia sempre foram de fazer avançar a luta da igualdade no
Brasil”, e ainda destacou “o 13 de maio é o dia de comemoração que deve
ser feita no sentido de valorizar a luta pela liberdade. Portanto um dia
de reflexão”.
Rodrigo Lucas, presidente da União Municipal de
Estudantes Secundaristas (UMES-SP) relembrou a conquista da Lei de Cotas
e denunciou as medidas adotadas pelo governo tucano no Estado de São
Paulo.
“O governo do Estado de São Paulo tenta impedir os
estudantes das escolas publicas, da juventude negra, da periferia,
afro-descendente de entrarem nas universidades publicas do estado
através do programa chamado PIMESP”, destacou. “O governo do estado esta
querendo criar uma senzala na universidade impedindo que os estudantes
se formem pra ajudar o país a se desenvolver, ser soberano como era a
luta do Professor Eduardo. E assim como ele fazia, com toda jovialidade
característica dele, com toda sua garra, determinação, perseverança os
estudantes de São Paulo vão dar continuidade a esse legado, vão levar a
frente a luta do Prof. para que todo o povo tenha acesso a
universidade”.
“Eu não consigo diferenciar racismo de
ignorância. A pessoa que tem o mínimo de cultura ela vai entender que
nós seres humanos somos iguais. Eu já cheguei ao cumulo de dizer que meu
sangue era negro. Mas não. Meu sangue é vermelho como e de cada um. Não
existe diferença. A nossa causa não é pra ser diferente é pra ser
igual. Essa é a luta”, afirmou o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos
de São Paulo e Mogi das Cruzes, José Silva dos Santos.
A
presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB-SP (Ordem dos
Advogados do Brasil), Carmem Dora Freitas Ferreira, relembrou o
Professor Eduardo e afirmou, “a sua resistência a sua alegria a sua
disposição na luta é o que mais nos impulsiona”.
“Em todas as
lutas o professor estava lá em primeiro lugar. Sempre incentivou as
mulheres a lutar. O professor é uma grande pessoa e tem que ser
homenageado e lembrado com muito carinho”, afirmou Eliane Souza diretora
da Confederação das Mulheres do Brasil (CMB).
O deputado
federal Vicente Cândido estava com a presença confirmada, porém com um
imprevisto em Brasília não pode vir e enviou os cumprimentos e
parabenizou a iniciativa do CNAB. Também estiveram presentes Paulo
Sabóia Presidente Estadual da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil
(CGTB), Manuel Clemente Presidente do Sindicato dos Músicos de
Araraquara, Alfredo Oliveira membro da Executiva Nacional da CGTB, Lídia
Correa, ex-vereadora que oficializou o Hino à Negritude na capital
paulista, Sinir Bento da Federação de Mulheres Paulistas, União Nacional
dos Servidores Públicos, União de Moradores e do Comércio de
Paraisópolis, ONG Elas Por Elas Vozes e Ações das Mulheres, Instituto
Social Sem Barreiras, Grupo Zama, Projeto Jovem Cidadão.
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